Decidir envolve também dois aspectos importantes: convicção e coerência.

A convicção deve ser formada. Importante,  que pelos aspectos que vimos na parte 1, que uma vez feita uma análise profunda de como decidir, é que ao fim tenhamos convicção.

Como já falei, decidir é como jogar xadrez, temos controle apenas de nossas decisões. Tentamos prever as decisões dos outros, mas eles as exercem livremente. Assim, o segundo passo é a coerência. Uma vez tomada uma decisão, todas as próximas devem ser corerente entre si.

Apenas para ilustrar, tem uma estória, que não é minha, mas que é muito apropriada: O Velho, a Criança e o Burro.

Iam caminhando por uma estrada que passava por muitas cidades, um velho, uma criança e um burro. A caminhada que eles se propuzeram era longa. Eles iam juntos, o velho segurando o cabestro do burro, mas no chão e a criança os seguia. Quando passaram pela primeira cidade, alguém disse:

- Meu velho, por que você não coloca a criança sobre o burro. Assim ela não se cansa.

O velho pensou que era uma boa ideia. E fez isto. E seguiram viagem.

Ao passarem por outra cidade, outra pessoa disse:

- Ora, a criança é cheia de energia. Quem devia estar sobre o burro é o senhor, meu velho.

E assim, fizeram. E seguiram viagem. O velho sobre o burro e a criança conduzindo os dois. E seguiram viagem.

Outra cidade e outra sugestão.

- O Burro é forte, certamente pode ter vocês dois sobre ele. Afinal, coitadinha da criança.

Fizeram o sugerido. E seguiram viagem.

Outra cidade e agora um grito horrorizado.

- O que vocês estão fazendo  com este probre burrinho. Não podem maltratá-lo assim. Devem descer e seguir viagem todos um ao lado do outro.

E assim, fizeram até passar por outra cidade…

Na nossa vida e nas nossas decisões, nunca faltaram críticos. Normalmente, são aqueles que não estão na viagem conosco, mas aqueles que só querem dar uma sugestão, olhando apenas a cena que conseguem ver. Formar convicção e ser coerente nos protege sempre das inconstancias da vida.

O principio da Criatividade é a Alimentação. É fundamental saber tudo sobre qualquer assunto que tenhamos que decidir. Isto implica em pelo menos três vertentes: Olhar sobre a decisão em si, Multidão de Conselhos e Avaliação das Consequências.

Olhar para a Decisão implica, basicamente, o que precisa ser decidido. Não se engane, muitas vezes isto não é claro. Igualmente, deve-se desmembrar ao máximo as camadas de decisão que envolvem uma decisão complexa. Acredite, dividir e desmembrar traz muitas vezes uma impressionantes luz sobre o assunto.

A Sabedoria vem da Multidão de Conselhos. Nosso isolamento contemporâneo é um fato. Preferimos sempre “quebrar a cara”. ou seja, vivenciar, ao invés de apreender com a experiência de outros. Não se preocupe em ser “Maria vai com a outras”, no fim todo decisor é um solitário, e por mais que existam similaridades em decisões, nenhuma é igual a outra. Assim você estará sempre dando um passo absolutamente particular. Mas ajuda na sua avaliação das consequências tomar conselhos ou avaliar decisões similares.

Avaliação de consequências é ser consequente. Não se pode minimizar nada. Isto implica de, com objetividade, entender para onde nos leva cada braço de nossa arvore de decisão. Para cada um deles devemos entender ganhos e suas probabilidades, e sem dúvida, os riscos.

Novamente, a decisão é um ato solitário, mas pensar sistematicamente é muito bom.

Vamos a ela…